Subida ao Monte Evereste: 8.848 metros
Data:Abril - Maio 2022
Local:Cordilheira dos Himalaias, Nepal
Objetivo:Escalar o Monte Evereste e angariar 8.848€
Total angariado:10.770€
Aplicação dos fundos:Pagamento de bolsas de estudo a 25 crianças do Nepal no ano letivo 2022/2023.
Desde criança que sonho em viver grandes aventuras. Explorar castelos, montanhas, florestas, desertos e grutas, entre outros. Um dos lugares que sempre morou no meu imaginário foi a Cordilheira dos Himalaias, em particular o Monte Evereste. Mas estava longe de imaginar que um dia iria pisar o cume da montanha mais alta do planeta.
Após o terramoto de 2015, comecei a passar largas temporadas no Nepal com o objetivo de monitorizar a implementação de projetos no terreno, entre os quais a reconstrução de diversas aldeias e a atribuição de bolsas de estudo. Foi durante essas estadias que comecei a visitar os Himalaias com mais regularidade. Em última análise, foram as ações humanitárias que me levaram a perseguir a paixão pelo alpinismo.
A primeira vez que deitei os olhos no Monte Evereste, pensei para mim próprio que seria impossível escalar aquela montanha. Não era de perto nem de longe, um homem ou alpinista capaz de o fazer. No entanto, decidi que podia tentar. Só assim teria a certeza de que era mesmo impossível. Durante cinco anos, treinei com afinco e adquiri o máximo de competências com a intenção de um dia, ter a coragem de embarcar nessa jornada até ao topo do mundo.
Em 2022, senti-me preparado e decidi avançar. Mas não nos moldes em que operam as atuais expedições comerciais. Tinha receio de ser apanhado pelas multidões do Evereste e não pretendia integrar uma equipa de alpinistas desconhecidos. Por esse motivo, contratei uma pequena agência, a 14 Summits, e lancei-me à montanha acompanhado apenas por um guia, o meu amigo Mingma Sherpa.
Após quarenta dias de expedição, de estômago vazio e acordado há oitenta e seis horas, concretizei um sonho de infância e pisei o cume do Monte Evereste na manhã do dia 9 de Maio de 2022. Tornei-me no sexto português a concretizar este feito e fui o primeiro estrangeiro da temporada a chegar ao topo. Uma honra sem paralelo entre centenas de alpinistas que se encontravam na montanha.
A jornada até ao cume foi um sonho dentro do próprio sonho, repleta de perigos e riscos inerentes. Segui as pegadas dos grandes exploradores de outrora através da Khumbu Icefall, o Western Cwm, a Lhotse Face, o South Col e a Hillary Step. Secções icónicas que desejava ver com os meus próprios olhos. Passei por cadáveres congelados, enfrentei ventos ciclónicos, paredes de gelo verticais e temperaturas inferiores a quarenta graus negativos. Foi uma grande emoção quando finalmente alcançamos o cume a 8.848 metros de altitude, o teto do mundo.
Com esta jornada pretendia recolher 8.848€, a altura da montanha em euros, para financiar bolsas de estudo a 25 crianças nepalesas no âmbito do projeto Dreams of Kathmandu. O objetivo foi cumprido e até superado. No final, ainda foi possível pagar algumas despesas escolares a mais duas crianças.
Ao longo da jornada, desafiei a minha comunidade de família e amigos com a seguinte pergunta: Qual é o teu Evereste? No fundo, qual é o teu maior sonho, medo ou desafio? Com trabalho, paixão e dedicação não há impossíveis. A história da minha ascensão ao Monte Evereste está retratada no livro “Última Chamada para o Evereste”, uma obra que será lançada ainda no decorrer de 2025.
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